Mintzberg 50 anos depois
Menu Principal Minha Experiência Mentorias Produtos Blog Mintzberg 50 anos depois Contato 20/03/2025 11:14 am Olá! Ontem, 19/03/25, foi publicado um texto na Harvard Business Review sobre um artigo clássico do Henry Mintzberg: “O trabalho do gerente: folclore e fatos.” Vou deixar aqui embaixo um resumo para sua reflexão. Henry Mintzberg, renomado acadêmico da gestão, revisita suas ideias centrais sobre o trabalho gerencial em uma entrevista que celebra os 50 anos de seu artigo clássico “O trabalho do gerente: folclore e fatos”. Ele destaca que sua principal contribuição ao campo foi reformular conceitos, como a estratégia, que ele vê mais como um processo de aprendizado do que de planejamento rígido. Também critica métodos tradicionais de treinamento de gestores, defendendo a aprendizagem social e a troca de experiências. Em relação à estrutura organizacional, Mintzberg argumenta que as organizações são frequentemente mal compreendidas e categorizadas de forma simplista, o que leva a erros na gestão. Ele classifica as organizações em quatro tipos principais: pessoal, programada, profissional e baseada em projetos, enfatizando que cada uma requer abordagens de gestão distintas. Além disso, Mintzberg reforça sua teoria da estratégia emergente, comparando a reestruturação organizacional a um parque onde os caminhos devem ser pavimentados conforme o uso real das pessoas. Em outras palavras, as estruturas devem se adaptar às conexões naturais entre os trabalhadores, ao invés de serem impostas arbitrariamente. Para líderes e gestores, ele destaca a importância de reconhecer corretamente o tipo de organização que estão conduzindo, pois aplicar princípios errados pode comprometer seu desempenho. Ele também alerta para a ênfase excessiva na liderança em detrimento da gestão, argumentando que o foco excessivo em figuras inspiradoras pode resultar em falta de uma administração sólida e fundamentada na realidade operacional. Um exemplo prático que Mintzberg menciona é a abordagem de Jack Welch na GE, que resolveu um problema complexo ao ir diretamente à fábrica e conectar engenheiros de diferentes divisões, demonstrando que a gestão eficaz exige proximidade com a operação real. Ele critica a forma como gestores são frequentemente selecionados de cima para baixo, sem considerar o feedback daqueles que são diretamente gerenciados por eles, o que pode resultar na escolha de líderes inadequados. Ele defende que a participação dos subordinados pode fornecer insights valiosos sobre o estilo de gestão dos candidatos. Por fim, Mintzberg reflete sobre as mudanças na gestão empresarial ao longo das décadas, destacando a crescente tecnocracia na administração de grandes empresas e o ressurgimento do empreendedorismo. Ele aponta que organizações tendem a refletir a época em que foram fundadas e que a automação está forçando mudanças profundas na estrutura organizacional, transformando burocracias tradicionais em organizações voltadas para projetos. Ele conclui que, em um mundo cada vez mais automatizado, as empresas precisam repensar constantemente suas formas de funcionamento para se manterem competitivas. Veja alguns destaques do artigo: 1. Revisão dos conceitos clássicos de gestão Mintzberg reformulou a estratégia como um processo de aprendizado, e não apenas planejamento. Defende que a melhor forma de treinar gestores é através da aprendizagem social e da troca de experiências, em vez de estudos de caso isolados. Seu artigo clássico desmistificou mitos sobre o trabalho gerencial e trouxe uma visão mais realista da função dos gestores. 2. Estrutura organizacional e sua importância Muitas organizações são mal compreendidas, e isso afeta negativamente sua administração. Ele classifica as organizações em quatro tipos principais: Pessoal (startups e pequenos negócios). Programada (empresas como McDonald’s, com processos altamente padronizados). Profissional (hospitais e universidades, que dependem de especialistas). Baseada em projetos (produtoras de filmes, laboratórios de pesquisa). A gestão eficaz depende do reconhecimento correto do tipo de organização para aplicar estratégias adequadas. 3. Estratégia emergente e flexibilidade organizacional Estratégias e estruturas devem emergir da realidade operacional, e não ser impostas rigidamente de cima para baixo. Ele usa a metáfora dos caminhos de um parque: os gestores devem “pavimentar” os caminhos reais seguidos pelos colaboradores. Reforça que boas práticas de gestão são baseadas na adaptação ao contexto da organização. 4. Liderança versus Gestão Critica a valorização excessiva da “liderança inspiradora” em detrimento da gestão sólida e fundamentada. O foco excessivo em liderança pode levar à falta de uma administração eficaz no dia a dia. Destaca o exemplo de Jack Welch, que resolveu um problema operacional ao se aproximar diretamente da fábrica e conectar equipes. 5. Seleção e desenvolvimento de gestores Escolher líderes sem considerar a opinião dos subordinados pode levar a más contratações e gestão ineficaz. Sugere que as pessoas que trabalham diretamente com um candidato deveriam ter voz na escolha dos gestores. 6. Impacto das mudanças tecnológicas e automação As empresas tendem a refletir a época em que foram fundadas, o que pode dificultar a adaptação às novas demandas. A automação está transformando burocracias tradicionais em organizações mais ágeis e baseadas em projetos. Empresas precisam repensar continuamente sua estrutura para se manterem competitivas em um mundo em rápida mudança. Espero que este breve resumo possa ser útil para você Abraço e sucesso! Link para o artigo na HBR